A POESIA anda por toda parte
"A poesia está nos fatos" e nos pontos
A Poesia viaja sentada e em pé
dentro do poema ônibus.
Marcus Leone
Poema inspirado em um documentário que produzi com uns amigos.
terça-feira, 23 de junho de 2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
ANJO DOCENTE
UMA CARTA PARA MARYLOU
num domingo à noite
uma carta quer ser escrita
não há endereço, nem direção
os pensamentos são fantasmas
o carteiro está sem emprego
o papel é o silêncio do mundo
e a caneta uma vaga inspiração
Marylou é só um nome
poderia ser José, Ana ou Francisca
não tem importância
o importante é o que vai dentro do envelope
é só um bocadinho de mundo inteiro.
Marcus Leone
uma carta quer ser escrita
não há endereço, nem direção
os pensamentos são fantasmas
o carteiro está sem emprego
o papel é o silêncio do mundo
e a caneta uma vaga inspiração
Marylou é só um nome
poderia ser José, Ana ou Francisca
não tem importância
o importante é o que vai dentro do envelope
é só um bocadinho de mundo inteiro.
Marcus Leone
CARTÃO POSTAL
Vejo pela janela o silêncio noturno na rua
As casas nuas, despidas pela chuva, mostram-se para mim
Um homem acende um cigarro
Um buraco na escuridão
Retorna o silêncio
Só cães e gatos...
Ninguém sabe
A chuva lava o sangue
Só os cães e os gatos se arriscam na favela
Marcus Leone
As casas nuas, despidas pela chuva, mostram-se para mim
Um homem acende um cigarro
Um buraco na escuridão
Retorna o silêncio
Só cães e gatos...
Ninguém sabe
A chuva lava o sangue
Só os cães e os gatos se arriscam na favela
Marcus Leone
terça-feira, 16 de junho de 2009
SÁBADO AMARELO
O despertador não tocou e a cama está parcialmente vazia. A rua é bonita de se ver daqui da janela do quarto...
São 7:30 da manhã de um sábado amarelo. Daqui ouve-se o canto dos pássaros, homeopatia para a solidão. Um casal de idosos caminha no asfalto prolongando a vida; seguem sem pressa e sem assunto. Seguem em quatro, em dois, em um único ponto e sorvem na rua.
A janela está parcialmente suja. Que bom! Dessa forma vejo minha face neutra no meio da rua, no meio do quarto, no meio de mim.
Do outro lado da rua, as casas nuas fixamente olham para mim. Querem falar da vida, e do leiteiro que nunca passou. Elas me olham em contra-plongeé, mas agora não me sinto tão poderoso. Nascemos tarde demais...Ah! Como eu queria desnascer para voltar à luz em preto e branco como nos filmes de Chaplin. Eu queria mesmo era estar na década de 20, ser um gangster só para andar naqueles carros com capota de lona e rodas com colarinho branco. A vida assim seria mais elegante, mais poética, mais viva; bem melhor que o gosto amarelo deste sábado ordinário.
Corta para a sala de estar...
Marcus Leone
quarta-feira, 3 de junho de 2009
OMNIBUS, UM UNIVERSO EM MOVIMENTO
Todo e qualquer ônibus é um universo em movimento.
É interessante perceber a efetiva relação entre o etmo da palavra ônibus (“omnibus” – de todos/para todos) e o que acontece em seu interior, numa perspectiva de relações intra e interpessoais. Uma viagem nesse transporte, independente do destino que se faça, revela muitas viagens outras, tanto pessoais quanto coletivas. Numa ação dinâmica e criativa, pode-se, entre os passageiros do ônibus, registrar os caminhos, encontros, desencontros, discórdias, celebrações, amores, desilusões, solidariedade, necessidade, malícia, inventividade, amizade, solidão... Este universo ambulante tem muito a dizer. É preciso embarcar nessa viagem e ver os mundos que daí são projetados. Nesta viagem, o mais importante não é chegar, o que importa é seguir, ouvir, observar e sentir.
Então,
Boa viagem!
Marcus Leone
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Argumento que escrevi para o DOCUMENÁRIO OMNIBUS
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